segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Curt Nimuendajú


Curt Nimuendajú foi um etnólogo alemão e o mais importante antropólogo e lingüista indígena com atuação no Brasil. É considerado um dos fundadores da Etnologia brasileira.

Curt Unckel (nome original), filho de Julius e Maria Unckel, nasceu na cidade alemã de Jena, no dia 17 de abril de 1883.

Darcy Ribeiro, renomado antropólogo brasileiro, diz que a obra de Nimuendajú "é maior e mais importante do que a soma das de todos nós que fizemos Etnologia antes e depois dele, até hoje em dia". 

Dedicou sua vida ao estudo das comunidades indígenas no Brasil, recebendo dos índios o nome de Nimuendaju, que significa “homem que abriu seu próprio caminho”. Naturalizou-se brasileiro em 1922. 


Chegada ao Brasil

Curt Unckel chegou ao Brasil como imigrante, em São Paulo, no ano de 1903. Na cidade, iniciou suas pesquisas sobre os povos indígenas. Em uma de suas investidas pelos sertões foi adotado como “filho” pelo cacique dos apapocuvas, de língua guarani, que lhe deram o nome Nimuendajú.

Depois de estudar os povos guarani e caingangue, mudou-se para Belém, no Pará, em 1913. Nos dois anos seguintes publicou no Zeitschrift für Ethnologie, de Berlim, seus primeiros trabalhos, os quais assinou como Curt Nimuendaju-Unkel. Mais tarde, passou a utilizar apenas o nome de origem indígena, pelo qual se tornaria conhecido internacionalmente.

Sua obra inclui mais de cinqüenta artigos em publicações especializadas de todo o mundo, muitos manuscritos - conservados no Museu Nacional do Rio de Janeiro - e livros sobre os apinajés, xerentes, apapocuvas, timbiras orientais e tucunas. O material é resultado de suas viagens por uma vasta região do interior da Amazônia, pelo litoral do Pará, Oiapoque, ilha de Marajó e as regiões próximas aos rios Tapajós, Caviana, Jamundá, Trombetas e Tocantins.

Suas maiores preocupações eram as conseqüências do contato dos índios não apenas com o homem civilizado, mas também com outros grupos tribais. Suas expedições trouxeram importantes materiais para os acervos de museus da Alemanha, da Suécia e do Brasil, em especial do Museu Goeldi, de Belém, e do Museu Nacional do Rio de Janeiro. 

Morreu em Igarapé de Santa Rita, entre os índios tucunas, no norte do Amazonas.


Túmulo de Nimuendajú.

Biblioteca Digital Curt Nimuendaju


Texto de apresentação

“A Biblioteca Digital Curt Nimuendaju visa à criação de uma coletânea digital de artigos e livros raros sobre línguas e culturas indígenas sul-americanas, com o objetivo de torná-los mais acessíveis a pesquisadores e outros interessados”.
 

sábado, 3 de novembro de 2012

Edouard Joseph Durand


Edouard Joseph Durand (Versailles, 1831 – Paris, 1881) foi um missionário francês que realizou estudos geográficos e antropológicos na África e no Brasil.

Ao retornar para a França, em 1867, tornou-se integrante da Sociedade Geográfica de Paris, da qual foi arquivista e bibliotecário.

Filho de Théodore Durand e Emilie Auzon, ingressou na vida religiosa a 5 de outubro de 1849 e professou os votos na ordem dos lazaristas (ou vicentinos) no dia 6 de outubro de 1951.

Durand é autor de diversos artigos e outros trabalhos escritos. Porém, dos que versam sobre o Brasil - nos quais ele escreve principalmente sobre os rios da bacia amazônica - há a desconfiança que os textos sejam fruto da leitura dos trabalhos de outros cronistas.

Passagem pelo Brasil

Durand chegou ao Brasil no dia 21 de maio de 1854. Morou em Minas Gerais e na região amazônica. Era conhecido como padre Eduardo Durand e integrou a Província Brasileira da Congregação da Missão – PBCM.

Em Minas Gerais realizou explorações no Vale do Rio Doce e na Serra do Caraça. Chegou a instalar-se na região do rio José Pedro – próximo à cidade de Manhumirim, onde foi o responsável pela formação de um vilarejo agrícola.

Aos poucos, novas famílias chegaram ao vilarejo atraídas pela fertilidade do solo e boas condições de produção, o que provocou o crescimento da comunidade. Tempos depois, o vilarejo tornou-se o distrito de Dores do José Pedro e, posteriormente, a cidade de Durandé – nome adaptado que homenageia Edouard Durand. O nome do município foi oficializado pela lei estadual 1128, de 19 de outubro de 1929.

Alguns dos textos sobre o Brasil

- Le rio Negro du Nord et son bassin.
In Bulletin de la Société de Géographie. Paris, 1872.
- Le Solimoes ou haut Amazone brésilien.
In Bulletin de la Société de Géographie. Paris, 1873.
- Le Madeira et son basin.
In Bulletin de la Société de Géographie. Paris, 1875.

Referências

- Exploradores Franceses na Amazônia Brasileira Durante o Século XIX: Breve Bibliografia.
João Paulo Jeannine Andrade Carneiro, Universidade de São Paulo.
- Padre Eduardo Duran. Portal da PBCM.
http://www.pbcm.com.br/pbcm/ver_padre.php?padre=39
- La Bibliothèque de la Société de Géographie
www.socgeo.org/01_bibliotheque.htm
A. FIERRO, "La bibliothèque et les archives de la Société de Géographie", Acta Geographica.
- Société de géographie
http://fr.wikipedia.org/wiki/Soci%C3%A9t%C3%A9_de_g%C3%A9ographie

- Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Lei Estadual 1128, de 19 de outubro de 1929.